são arranhões estridentes em meu coração.
Minha pele poderia encher-se de marcas
por cada vez que você me machuca.
O emocional em mim faz hematoma, dói mais, bem mais que o físico.
Sou uma alma cheia de cicatrizes. Quem não é?
O desprezo, a frieza, o desmerecimento, o escárnio.
Que mais serve um ser humano para o outro,
que não lhe apunhalar o coração ferido?
Terminar o que o outro começou.
Somos isso.
Um amontoado de saliva ácida e gritos dolorosos. Somos isso.
Sua capacidade de piorar as coisas, sua capacidade de destruir aquilo que toca. De chantagear, de usurpar, de ser egoísta nos momentos mais miseráveis. De ser o lobo de si mesmo.
Corrompendo a própria espécie. Seu desconhecimento e ignorância do que está ao seu redor. E toda sua ambição, sua arrogância. Vejo do que somos feitos.
Quando ouço sua voz, olho em seus olhos.
Quando sinto seu cheiro e sua respiração quente toca meu rosto.
Quando beijo a sua boca e quando te abraço.
Sinto ódio de mim, sinto nojo de você.
De início sempre me revolto, quero despedaçar cada pedaço disso tudo que você construiu.
Quero fazer desaparecer. Quero dar um fim. E isso significa dar um fim à mim também.
Como aquele que depois de dar o tiro, enfia o cano na boca.
Quando olho em seus olhos, humano,
Me faz querer morrer.