Era uma vez um guarda-chuva....


O guarda chuva é algo mágico, que serve para muito mais que nos proteger da chuva(...)


Seja num desenho, na ficção ou num terreno fértil de criatividade, o guarda-chuva guarda além da chuva, os nossos segredos e mistérios tantos, que cabem perfeitamente embaixo dele.


Você conta seus segredos para qualquer um?


Você abriga qualquer um sob seu guarda-chuva?


Bem Vindos ao My Umbrella...

domingo, 20 de dezembro de 2009

Hoje

Voltando para casa, noto umas coisas muito bonitas. Claro que, sendo domingo à tarde / noite, todos ficamos propensos a pensar um pouco, a reparar nas coisas, o que nosso agitado dia-a-dia não me deixa.

Venho embora com um casal meigo demais. Ela, uma criatura singela. Ele, aparentemente forte, mas doce. Os corpos deles ficam tão harmoniosos juntos quanto suas personalidades. Muito meigos, os dois, carismáticos, abertos a conversar com uma estranha...Apesar que, eles também eram estranhos, se comparados ao resto do grupo.

Ao meu lado, sentado no banco de metrô, um casal assim, destes new góticos...Aqueles que são simples, parecem comuns, como as outras pessoas, mas por um detalhe ou outro, sei que são deste meio. Ele, deitado com a cabeça em seu ombro, ela cantando baixinho alguma música melódica. Embalando o sono, ou tentando. Mas ele não resistiae levantava para beijá-la. "Vc não vai dormir mesmo, em?"  Às vezes, quando vejoas pessoas, elas me parecem poemas. Poemas vivos, como se seus corpos fossem constituídos de palavras, e precisam de alguém que as olhe e capte tudo isso. Esse processo, para mim, é o escrever, o fotografar, o desenhar. São momentos, histórias, congeladas num segundo que não se repete. Uma foto é isso: captar um momento único, é quase uma intromissão no tempo. Sem pedir licença.


Vejo, em outro metrô (faço baldeação), e vejo uma belíssima história sem que ninguém me conte: ele japonês, bem branquinho, ela, índia ou colombiana, não consegui distinguir. Belíssima, morena, um casal bonito. Entre eles num carrinho, um menino de menos de um ano, provavelmente, os olhos grandes e castanhos, com a extremidade puxada. Muito lindo (*-*), olhando tudo com aqueles olhos que pareciam querer devorar tudo...


Entre  a saída do metrô, e o ponto de ônibus, passo por um banco de
cimento. Um garoto, todo de preto, all star vermelho, cabelos enrolados, tamanho médio. Não vejo seu rosto, porque está curvado para a frente, cabeça baixa. Parece tão pensativo. Passo por ele sem olhá-lo, mas quando chego ao ponto observo sua figura. Seu rosto, coberto pelo cabelo, me gera a dúvida se olha para o chão ou para minha direção, mas o jeito triste das mãos, a cabeça jogada...Me dá curiosidade. Algumas coisas nele me atraem, como me atrairam há muito tempo num outro alguém. Que já não existe. Fico na dúvida do que se passa. Sentar à seu lado, perguntar se está bem...Seguir o caminho, e entrar no ônibus. São escolhas. Deixo o desconhecido na praça e embarco para casa. Tenho minhas vontades, mas sei que as pessoas se ofendem por tão pouco...Ao sorrir na rua somos loucos, ao cumprimentar os outros, somos estranhos, e ao tentar ajudar somos intrometidos. Mesmo com os jovens. Um mundo onde o normal é ser triste, frustrado e alienado, não lhe parece estranho?

Título.

Fiquei na dúvida sobre o título...É um poema sensual, assim quase uma confissão.  Sensualíssimo, aliás. Mas parece um devaneio, uma miragem que se montou e parece perfeita demais para existir...Devido a isso mesmo, este título provisório ficou...


Pensamentos...


Mas aí então, você poderia...
Lamber este lóbulo de orelha
Acariciar com seus lábios este pescoço
onde o cabelo rubro está preso entre os seus dedos

Então, você poderia, alcançar com a língua
o arrepio da pelagem branca e fina, que parece neve
sobre a pele rósea do maxilar.

Poderia sentir o perfume doce próprio dessa pele
que não depende de banho, nem de àguas de cheiro
apenas da natureza, do existir, e do minúsculo espaço
entre o seu olfato e o meu tato.

Poderia  roçar os dedos pela parte mais bonita deste corpo
as clavícolas. Onde a pele macia torna-se mais macia
e brilha, de um jeito que só a meia luz sabe fazer.

Poderia beijar estes lábios. Não, não só estes
mas aqueles.

Poderia olhar este corpo pequeno, debruçado sobre
amarrotados leçóis, de joelhos dobrados, como costumeiramente
lembrando a sereia dos desenhos, a Vênus das pinturas
No contraste entre a luz e a sombra, os pudores levemente
camuflados, delicadamente à mostra.


Poderia notar, que cabelos bagunçados, espalhados por
onde eu esteja com a cabeça, serão belos, como diz uma amiga "perfeitamente desarrumados", pois tudo o que é bom na vida
descabela.

Poderia reparar que mesmo no suor existe um cheiro
atraente, sensualmente atraente, que impregna no nariz, e nos chama para sentí-lo novamente. Por mais que eu me sentí-se suada, por mais que quisesse uma àgua, algo me puxava de volta, e me prendia, o pertencer àquele momento, me impedia de querer estancá-lo, e me envolvia em seu abraço, mesmo com medo deste cheiro não agradar-lhe.

Poderia ensinar-me, que a perfeição não existe, nem em você nem em mim, mas que a alcançava-mos, quando nossos dedos cruzavam-se nestes momentos.

Poderia aprender, que nada, nada é perfeito, e que são os momentos de felicidade que contam, não os ruins, nem o passado, e muito menos o futuro. Não se deve deperdiçar estes momentos, porque não voltam. Mas sim, construir novos, e não esperar por eles.


segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Faz um tempo! 2

Eu to postando do meu trabalho, portanto, sem assinatura >.< Mas...Tá valendo...

Faz um tempo!

Faz tempo tava querendo postar aquele poema....Foi dedicado a uma pessoa muuuuito fofa e inteligente. Ela vive aparecendo por aqui, dando a graça do seu ar...

Postado no orkut em...?

Esse
é um poema de amor
assim de amor mesmo.

O meu é um amor sutil
que vive entre uma palavra e outra
um olhar e outro, entre as entrelinhas de nossas falas.

E ao mesmo tempo é um amor escancarado
daqueles que Meu Deus, está na cara
e a pessoa amada e mesmo a que ama não percebem.

É um amor assim, livre de preconceitos e julgamentos
e rodiado por meias palavras, brincadeiras.
Sem confissões
sem declarações.
sem regras, porque não é como o amor dos outros.

Essa minha paixão contida
vai se alimentando de sorrisos e sinais
e crescendo e se apagando a cada dia,
por causa das incertezas, dos porquês, dos serás.

É um amor escondido,
mas forte
é um misto de docilidade e inocência
ele me aquece o coração, mas dum jeitinho delicado.

O que dizer de um amor
que quando se sente, é de verdade
mas não acontece deveras?



(Risos) "Tudo na vida tem sentido, sentido tem, pra quem sentido tem."