Era uma vez um guarda-chuva....


O guarda chuva é algo mágico, que serve para muito mais que nos proteger da chuva(...)


Seja num desenho, na ficção ou num terreno fértil de criatividade, o guarda-chuva guarda além da chuva, os nossos segredos e mistérios tantos, que cabem perfeitamente embaixo dele.


Você conta seus segredos para qualquer um?


Você abriga qualquer um sob seu guarda-chuva?


Bem Vindos ao My Umbrella...

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Anunciação

Ela vem chegando 
Calando meus pensamentos e me enchendo de dúvidas
Minhas inquietações acumulam-se porque neste momento sou só dela. Somos. Eu, o sol, o vento e as flores que seu cavalo esmaga.
Ela traz consigo a liberdade de ser




 Sabe aquela música que diz muito, sem dizer quase nada? 

Gosto quando vem do nada uma lembrança longínqua, de quando eu era uma menininha. Normalmente vem assim, logo depois deu acordar. Ou quando escuto um pedaço de música que traz um fio de lembrança que vai desenrolando o novelo. Quando vejo tem toda uma lembrança passando diante de mim. Sou menina de novo.

Sou menina e estou brincando em algum lugar. Na sala de uma antiga casa ou num dos quartos ensolarados da casa de minha avó no interior. Sei que tem sol e aquele mormaço quente dessas cidades. Escuto uma voz feminina cantando: "Tu vens, tu vens... Eu já escuto os seus sinais..."
Continuo entretida no brinquedo. A voz provavelmente é de minha mãe, em algum lugar da casa. A música continua, toda fora de ordem, mas eu não sei disso. Quem não toma a música para si e canta por onde lembra? Depois mistura as partes, tornando a música infinita?

"(alguma coisa que não entendo)... Tu vens chegando pra brincar no meu quintal"
Nessa hora eu paro e penso: alguém vem brincar.

"No teu cavalo peito nu, cabelo ao vento ( e mais alguma coisa que não entendo"

Imagino alguém chegando pra brincar, em cima de um cavalo. Me pergunto se é menino ou menina. Porque no interior eu já tinha visto meninos à cavalo. Mas nunca sozinhos, nunca chegando sozinhos pra brincar no quintal. Menina sozinha no cavalo, também nunca. E menina não ficaria de peito nu. 

Tempos depois, ouviria minha mãe cantarolando de novo, minha imaginação traria uma mulher chegando em cima do cavalo, de algum lugar distante, nos ventos da liberdade. Sem pedir licença, sem pudores. Como num sonho, onde a gente não se importa muito com o que os outros vão pensar. Quer melhor símbolo da liberdade que o cavalo?
Ela só vem chegando empesteando tudo com a sua presença mágica. quebrando paradigmas.

Fico pensando nos sinais. Seria o galope do cavalo? Parece mais uma coisa suave, a bruma, o vento mesmo, anunciando a chegada desse alguém. E esse mistério perduraria em cada vez que eu ouvisse essas frases.
 
Procurei essa música hoje. Descobri que é do Alceu Valença. Não é a voz dele que está nas minhas lembranças. Desconfio que também não é da Simone, que regravou a música. Procurei outras mulheres cantando e as vozes não são conhecidas. Deve ser minha mãe mesmo.


Confesso que gosto de poucas músicas nacionais, mas são muitas as que me dizem alguma coisa, me contam histórias. Tem muitas assim, de infância... De todo, não tenho preconceito com música nacional, ao contrário, acho o Samba e a MPB muito ricas... Tem músicas como essa, a Anunciação, que são simples e cheias de sentimento. Falta um pouco dessa simplicidade transbordante nas músicas internacionais... E eu não vou colocar nenhuma imagem de mulher em cima de cavalo, vai que alguém interpreta como outra coisa né. Gente clichê viu. Mas é que eu não encontrei nenhuma do jeito que eu queria.



quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Like a Stone - Audioslave


On a cobweb afternoon
In a room full of emptiness

By a freeway I confess
I was lost in the pages

Of a book full of death
Reading how we'll die alone

And if we're good we'll lay to rest
Anywhere we want to go

In your house I long to be
   Room by room patiently
I'll wait for you there like a stone
I'll wait for you there alone


On my deathbed I will pray
To the Gods and the angels

Like a pagan to anyone
Who will take me to Heaven?

To a place I recall
I was there so long ago

The sky was bruised, the wine was bled
And there you led me on

In your house I long to be
Room by room patiently
I'll wait for you there like a stone
I'll wait for you there alone, alone



And on I read
Until the day was gone
And I sat in regret
Of all the things I've done

For all that I've blessed
And all that I've wronged
In dreams until my death
I will wonder on
In your house I long to be
Room by room patiently
I'll wait for you there like a stone
I'll wait for you there alone, alone



quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Need You Now - Lady Antebellum (Versão Glee)


Picture perfect memories,
Scattered all around the floor.
Reaching for the phone 'cause
I can't fight it anymore.
And I wonder if I ever cross your mind
For me it happens all the time.

It's a quarter after one,
I'm all alone and I need you now.
Said I wouldn't call
but I lost all control and I need you now.
And I don't know how I can do without,
I just need you now.

Another shot of whisky,
can't stop looking at the door.
Wishing you'd come sweeping
in the way you did before.
And I wonder if I ever cross your mind.
For me it happens all the time.

It's a quarter after one,
I'm a little drunk,
And I need you now.
Said I wouldn't call
but I lost all control and I need you now.
And I don't know how I can do without,
I just need you now.
 
Yes, I'd rather hurt than feel nothing at all.

It's a quarter after one,
I'm all alone and I need you now.
And I said I wouldn't call
but I'm a little drunk and I need you now.
And I don't know how I can do without,

I just need you now,
I just need you now.
Oh, baby I need you now.

Uma das músicas que eu gosto de treinar a voz.
Adoro as interpretações de Glee. Essa música ficou melhor que a versão original. Ah, já senti isso tantas vezes...Em alguns momentos, tudo o que você precisa é daquela pessoa. Do toque dela. Você tem na memória o cheiro dela, mas precisa urgentemente sentir aquilo ao vivo de novo.
Brigas só tem uma parte boa: quando a gente já pode abraçar a pessoa porque tá tudo bem. É uma felicidade sem tamanho.

Calm Like A Bomb (postagem do dia 01 para o dia 02/12/11)



And the riot be the rhyme of the unheard

What ya say? What ya say? What ya say? What?
What ya say? What ya say? What ya say? What?
What ya say? What ya say? What ya say? What?
What ya say? What ya say? What ya say? What?

Calm like a bomb 
- Rage Against The Machine
   Ah eu odeio quando fico assim. A cabeça uma bagunça. Todos os problemas são espinhos. Aquilo que antes não incomodava mais, volta a incomodar. Perturbar meus minutos de silêncio. E eles tentam me por no meu lugar. Eles estão tentando me disciplinar meu amigo. Sou só gritos. Aqui dentro. Ponho as mãos para trás puxando os cabelos. Aqui dentro. Sou só gritos. Não quero seu sermão. Quero só carinho. Estenda a mão. Eu sabia que aquilo ia deixar marcas. Eu sabia que haviam cicatrizes. "Deixe-me em paz sua...". As dúvidas. Sou o quê? Sou o porto seguro? Sou um colchão quente enquanto você espera um resposta? O que é tudo isso? É para sempre? É uma passagem?   
    Por que não falo? Por que não falo as coisas? Evito abrir. Evito abrir o que pode decepcionar, o que pode ser ridículo ou ser bobagem. Talvez eu saiba que no fim das contas, vou ter que lidar com isso sozinha. Me virar sozinha. É mais do mesmo para mim.

   Então
de que me servem mesmo estes outros humanos?
Pra que expor o que sinto e arriscar ser julgada, ou arriscar perder?

Para que me servem meso estes outros humanos?

Voltar a isolar-me nestes dias de confusão. Manter silêncio.
 

People Don't Change?



Há muito tempo atrás, talvez não tanto tempo assim, mas como uma lembrança muito antiga, eu estava sentada na cama deste quarto sem saber o que fazer com aquele sentimento. É aquela angústia que eu costumava citar neste blog. Um choro por dentro e por fora. Numa conversa com uma amiga do Rio de Janeiro (que até hoje eu não conheço, que absurdo), fiquei sabendo de uma série que ela adorou. E lá fui eu baixar os episódios, a pessoa me passou até o link, olha que mágico! E lá estava minha paixão que acabava de estrear: Glee.

Não assisti Glee chorando só por causa das canções emocionantes. Certeza que muitas lembranças, muitas coisas melhoraram, foram superadas, só pelos episódios.
Também tive uma grande resistência em assistir The Big Bang Theory, medo de sofrimento gratuito. No fim, uma amiga de trabalho falou tanto sobre a série que fui obrigada a baixar. Bom, hoje assisti ao primeiro episódio da QUINTA temporada e acho que isso responde algumas coisas.

Somos mesmo seres de fases. Cada semana é uma música que fica na cabeça, uma lembrança que eu fico remoendo junto com o almoço. Me sinto como uma garota com uma caixinha de lembranças pendurada no ombro. Me disseram que eu não consigo viver o presente, to sempre pensando no futuro e é por isso que sou deste jeito. Ah, isso é verdade. Penso muito no que pode ser do amanhã. Mas quando estou confusa é que penso mais nisso. Quando estou só no momento, sem precisar decidir nada, sou sim, intensamente do presente. Um beijo toma todos os meus pensamentos. Perfeccionista, fazer o quê.

Esse domingo eu assisti o jogo do Corinthians contra o Palmeiras, pode isso? Um absurdo. EU? FUTEBOL? E eu gostei. Sério. Prestei atenção sem perceber. Falei sem parar, perguntei sem parar. Confesso que lá no fundo eu tava torcendo e  fiquei feliz com o resultado. Nem o grito do Ricardo me incomodou tanto. Minha alegria só acabou quando entrou um monte de gostosas em campo e me disseram: a filha da minha ex chefe é uma dessas aí do Corinthians. Nessas horas só me pergunto um e daí e continuo sorrindo. Sou ciumenta, aceitem isso. E contem pra ninguém, ok?

A máxima do House não é verdadeira. Pessoas mudam sim. O tempo todo. Procuro eu mudar para melhor, a cada relacionamento. Com isso quero dizer amigos que passaram pela minha vida. Pessoas que ainda considero muito, mesmo distantes. Ou pessoas que vieram, fizeram a farofada toda depois deram no pé. Também vejo alguns náufragos tentando retornar. Jogo um bote salva vidas e tá tudo certo. Na verdade queria que todos eles fizessem parte da minha vida de maneira positiva. Mas ainda sou humana, não sei perdoar de todo e não posso prometer ser o que querem que eu seja.

Mudei sim em muitas coisas. Mesmo aquilo que continua está diferente, mais ameno, mais suave. Estou mais feliz. Estou me aceitando. Estou apenas corrigindo os erros. Demorou mas eu superei, ou estou superando. Essa dor já sumiu e consigo falar de coisas ruins sem sofrer. Não posso dizer que meu ódio foi embora. Nem que eu não culpe os traumas do passado pelos medos de agora. Mas eu evoluí, cresci. E imagino o quanto algumas pessoas que conheci devem ter ficado para trás.

Como é que era mesmo? "Quem nasceu pra Magikarp nunca vai ser Gyarados". Oi?


Hoje, depois dum dia estressante e melindroso, sentei no sofá para jantar e minha mãe me agraciou com a sua presença. Assistimos juntas a Fox. Cara, se tivesse passando O Jornal Nacional eu assistiria com ela. Vimos um "episódio inédito" de Glee. Quase chorei, claro. Ela ficou rindo comigo e tudo. Não poderia ter remédio melhor, do que a pessoa que me cobra tanto e me fez quase ter um infarto hoje sentar do meu lado e rir comigo, ser feliz comigo. <3

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Se...

"Se eu me esconder, você procura?"




Defina Seu Status Aqui

É um misto de ódio com angústia.
Uma ansiedade. Dentro da pele. Embaixo do esterno.

Esterno. Carne. Peito. Coração.

Que medo é esse que me arrepia inteira? Porque temo tanto o futuro, porque não confio em minhas mãos?

Porque essas vozes insistem em flutuar em volta de mim e dizer o que não quero ouvir?

Porque não consigo soltar as amarras dos traumas do passado e voar novamente? Sentir a felicidade como o vento no meu rosto?

Pra que este medo?