Era uma vez um guarda-chuva....


O guarda chuva é algo mágico, que serve para muito mais que nos proteger da chuva(...)


Seja num desenho, na ficção ou num terreno fértil de criatividade, o guarda-chuva guarda além da chuva, os nossos segredos e mistérios tantos, que cabem perfeitamente embaixo dele.


Você conta seus segredos para qualquer um?


Você abriga qualquer um sob seu guarda-chuva?


Bem Vindos ao My Umbrella...

sábado, 26 de março de 2011

Post de carnaval, ou post esperando ser escrito, ou Seu Nome é Sophie

Seu nome é Sophie

Sophie como o Sol não previra

Sophie é filha da chuva

Seu cheiro é como a água das piscinas, cheiro de cloro, de limpo. De azul limpo.
Seus olhos eram o azul e o negro. O medo e a água.

Ela estava cansada. O cansaço fechava e abria seus olhos. Languidamente. Cansada de estar sozinha. Quem eram eles?
O eco de uma gota na água.
Mar de gente. Sozinha.
Onde estão vocês?
F.r.I.e.N.d.S
O ecoar de uma gota na água.
Podia sentir o vazio do peito. Não tinha coração.
Quando olhava para dentro, via o escuro do nada.
Via a fumaça da própria respiração. Procurava por si. Onde estava a alma?
Olhou para fora novamente. Agora sabiam quem eram. Reconhecia os rostos embaçados. Passavam por ela como se não escutassem, não vissem.
Era um grito desesperado. Mas mudo.
Quando tentava- puxava da memória- quando tentava ajudar. Quando se importava. Quando se esforçava para fazer parte... E sua face sorriu por um segundo... Alegrava. Seu grito desesperado ecoava pelas paredes do lado de dentro. Para que alguém lhe desse o espelho.
Ninguém retribuía, ninguém ouvia.
Sophie cansara dos que lhe iludiam. Cansara de ser iludida. Será que eu, -eu- me iludi?
Sophie cansou das migalhas. Afinal aquilo que deram eram migalhas. Que abocanhara com fome.
Mas a fome não passa. Mas contentava-se com pouco.
Sophie cansa a cada dia. Da multidão que vai e vem. Do silêncio do coração dos outros. Do chamado que não tem resposta. Do mundo, de si, da esperança imunda que ilude.
Aperta os olhos e uma lágrima quente escorre. Teus dedos apertam o peito dolorido.
O coração machucado e quente, que outrora aqueceu a muitos e foi esfriando já não está lá.
Não pode contar a ninguém. Porque sabe as mesmas frases que ouvirá. A repetição torna as palavras sem sentido. Hipnose. Gnose.
Não pode contar a ela, pois sabe o que vai ouvir, porque no fundo, a culpa também, por causa dela, estava ali, onde já não queria mais estar. Não poderia contar, seria traição.
Deus achava isso. Mas Deus sabia que ela daria tudo pela fantasia, pelo sonho. E que a realidade, e a vida, não lhe interessavam.
Abriu os olhos e viu ao seu lado, a alma que saíra de si. Assistiu em silêncio, a alma caminhar alguns passos e suicidar-se.

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